De acordo com o site do Geoparque Araripe, ele está localizado no sul do Estado do Ceará e abrange seis municípios: Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri, totalizando um território de 3.796 km². Essa região é denominada de Cariri e possui um verde exuberante em meio ao semi-árido nordestino do Brasil.
O Geoparque possui nove sítios geológicos e paleontológicos, selecionados conforme suas características para a história da terra e relevância científica, estes locais são chamados de Geossítios. Apesar do destaque, principalmente relacionado ao patrimônio geológico, também considerou a ocorrência de outros aspectos fundamentais relacionados à biodiversidade, história, cultura, arqueologia, dentre outros.
Mapas de localização
Fonte: site do geoparque
O trabalho recente de Duarte e Miranda (2011) faz uma análise das redes sociais na gestão do parque e traz informações interessantes sobre a formação dos geoparques. Segundo os autores a criação do parque pode levar em conta mais elementos ambientais além das características geológicas:
"Na proposta de criação de um geoparque todo o conceito geográfico de uma região deve ser levado em consideração e não somente sítios de significado geológico. Temas geológicos e não-geológicos constituem parte integrante de um geoparque, por isso, também é importante incluir sítios de valor ecológico, arqueológico, histórico ou cultural, que devem ser vistos como importantes componentes. Assim, um geoparque é uma região de livre acesso a pesquisadores, estudantes e comunidade em geral, com limites territoriais bem definidos, envolvendo um número de sítios (geossítios ou geosites) do patrimônio geológico-paleontológico de especial importância científica, raridade ou beleza e que seja suficientemente grande para gerar atividade econômica como o turismo." (DUARTE; MIRANDA, 2011, p.250)
Sobre a origem do conceito e as condições para um parque levar o nome de Geoparque e receber a chancela da UNESCO, os autores Duarte e Miranda (2011, p.250-251) ralatam que:
"O conceito foi criado para relacionar as pessoas com o seu ambiente geológico-paleontolológico e geomorfológico. Portanto, é missão de um geoparque prover pela educação ambiental, treinamento e desenvolvimento de pesquisa científica nas várias disciplinas das Ciências da Terra, e dar destaque ao ambiente natural e às políticas de desenvolvimento sustentável. A UNESCO aponta alguns critérios para que um Geoparque receba a sua chancela oficial. Para isso, o território interessado em fazer parte da Rede Mundial de Geoparques deve:
- ser uma paisagem natural unificada, com a identificação de geossítios geológico-paleontológicos únicos, o que significa que tanto as rochas quanto os fósseis precisam ser de grande valor científico;
- dar uma notável contribuição para o desenvolvimento sócio-econômico da região como um todo (geoturismo, guias, artesanato, etc.);
- contribuir antes de tudo para a formação dos alunos, estudantes e adultos nas geociências, assim como para a educação ambiental;
- contribuir para a proteção e promoção do meio ambiente atual, bem como da herança geológico-palentológica nele existente; isto quer dizer: no geoparque interligam-se a história da Terra, a natureza, o homem/mulher e a cultura (UNESCO, 2006, p. 1)." (DUARTE e MIRANDA, 2011, p.250-251).
Em relação às redes socias, a pesquisa foi realizada com 15 instituições que atuam direta ou indiretamente no Território do Geoparque Araripe. O estudo de Duarte e Miranda (2011) conclui que este território é povoado por diferentes atores e que os mesmos exercem diferentes papéis e atividades. Constatou, também, que a maioria das instituições pesquisadas tem como função produzir, preservar e difundir conhecimentos relacionados às suas respectivas áreas de atuação, sendo que o fator que as unem é a questão ambiental. O artigo defende que a Gestão em Rede é a melhor estratégia de gerenciamento para o Geoparque Araripe, uma vez que permitirá também uma maior articulação e integração entre os diferentes parceiros presentes no seu território.
FONTE:
DUARTE, Francisco; MIRANDA, José. Geoparque Araripe como pólo difusor do conhecimento no semiárido nordestino. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. 2, p. 249-265, jul./dez. 2011. http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgc. ISSN: 2236-417X.
WEBSITE do Geopark do Araripe: http://geoparkararipe.org.br
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